domingo, 25 de junho de 2017

FRANK McCARTHY

FRANK McCARTHY - Encurralado para as margens - Óleo sobre tela - 24 x 36 pol

FRANK McCARTHY - Um  longo trajeto - Óleo sobre painel - 24 x 36 pol

A edição desse ano da famosa casa de leilões americana The Coeur d’Alene Art Auction contará com a presença de 10 obras do artista Frank McCarthy. Um deleite para os muitos aficcionados fãs de seus trabalhos, que esperam sempre por oportunidades como essa. Apenas como uma breve introdução em sua biografia, basta dizer que ele é um dos ícones da pintura do oeste americano, aclamado como um dos artistas mais conceituados no que se diz respeito a cenas indígenas e militares em movimento.

FRANK McCARTHY - Preparativos de guerra
Óleo sobre painel - 18 x 24 pol - 1971

FRANK McCARTHY - Na trilha - Óleo sobre tela - 30 x 22 pol

FRANK McCARTHY - A fuga
Óleo sobre painel - 15 x 30 pol - 1979

Frank McCarthy nasceu a 30 de março de 1924, na cidade de Nova York. Desde bem cedo, ele sabia que era apaixonado por arte e passava boa parte de seu tempo copiando seus quadrinhos favoritos. Com apoio dos pais, ele se matriculou aos 14 anos, na Liga de Estudantes de Arte de Nova York, e teve ali os primeiros ensinamentos dados por George Bridgeman e posteriormente com Reginald Marsh. Bridgeman foi um excelente instrutor de anatomia, que lecionou naquela instituição por cerca de 45 anos e Marsh tinha uma grande preferência por cenas movimentadas e repletas de figuras, de modo que os dois tiveram uma influência muito grande na carreira futura de McCarthy.

FRANK McCARTHY - A trilha de guerra
Óleo sobre tela - 32 x 50 pol

FRANK McCARTHY - Guerreiros do Beartoothy - Óleo sobre tela - 24 x 40 pol - 1988

FRANK McCARTHY - Os caçadores
Óleo sobre painel - 8 x 12 pol - 1984

Em seguida, e também após a sua graduação no ensino médio, ele estudou 3 anos no Pratt Institute, no Brooklyn. Assim que terminou o curso, mergulhou de cabeça na carreira artística como ilustrador comercial, em Nova York. Teve a honra de estar numa das melhores épocas da ilustração americana, onde o talento artístico dos ilustradores era valorizado e ao mesmo tempo concorrido. Inúmeros foram os seus trabalhos para livros de bolso, revistas, empresas de cinema e propaganda. Suas obras se tornaram cartazes imortais do cinema, como da famosa série James Bond. Tamanha era sua reputação entre os diretores de arte, que ele se deu ao luxo de trabalhar como um ilustrador autônomo durante muitos anos.

FRANK McCARTHY - Aproximando da fortaleza - Óleo sobre painel - 9 x 12 pol - 1985

FRANK McCARTHY - Sentinela em Split Rock
Óleo sobre tela - 32 x 20 pol - 1990

FRANK McCARTHY - Selvagens - Óleo sobre tela

Sua carreira durou cerca de 50 anos, incluindo a carreira de arte comercial e a carreira de belas-artes. Foi no ano de 1968 que ele decidiu deixar a carreira comercial e se aventurar de tempo integral pela carreira artística propriamente dita. Um passo decisivo para começar essa nova trajetória foi a mudança para Sedona, no Arizona, onde viveria por mais de 30 anos, até sua morte. Com certeza, o convívio com os novos ares trouxe mais veracidade e inspiração para seus trabalhos. Estar próximo do tema abordado é um dos requisitados básicos para se desenvolver um trabalho original e convincente.

FRANK McCARTHY - Com o rebanho de pôneis - Óleo sobre tela - 15 x 30 pol

FRANK McCARTHY - Caçada de inverno - Óleo sobre tela - 24 x 40 pol

FRANK McCARTHY - O ataque - Óleo sobre painel - 18 x 24 pol

O povo indiano das planícies do oeste americano teve uma ênfase nos trabalhos de McCarthy, assim como os militares e sua cavalaria. Exímio desenhista e anatomista, tanto da figura humana como de cavalos especialmente, McCarthy criou cenas densas e repletas de movimento e teatralidade. Há que se ressaltar também a precisão de suas pinceladas e o detalhamento minucioso dispensado em todas as composições. Prova disso, é que suas obras foram fartamente copiadas e influenciaram muitos outros artistas da temática do velho oeste.

FRANK McCARTHY - Uma trilha para o alto - Óleo sobre painel - 22 x 37 pol - 1972

FRANK McCARTHY - Travessia - Óleo sobre tela - 24 x 36 - 1977

Após várias apresentações épicas em diversos museus norte-americanos, publicação de livros e participação de diversas revistas, o artista se refugiou em sua casa em Sedona, até os seus últimos dias, vindo a falecer em 17 de novembro de 2002.
A participação em leilões, como a próxima agendada para o dia 29 de julho desse ano, é sempre esperada com muita expectativa. Os trabalhos de McCarthy são disputados acirradamente e suas obras compõe as mais conceituadas coleções particulares de seu país.



sábado, 10 de junho de 2017

VICTOR GABRIEL GILBERT

VICTOR GABRIEL GILBERT - O mercado parisiense - Óleo sobre tela - 62 x 100,5 - 1885

VICTOR GABRIEL GILBERT - Mercado de flores - Óleo sobre tela - 1880

VICTOR GABRIEL GILBERT - O hall do Mercado Central - Óleo sobre tela - 1881

Durante a Belle Époque, houve uma grande mudança no comportamento social de praticamente toda a Europa. Era um período de afirmação da classe assalariada, que trabalhava duro, mas que começava a conquistar o seu lugar e as suas escolhas. As mudanças no campo da arte também se faziam bem significantes. Uma prova disso foi a nova fase no famoso Salão de Paris, que começava a aceitar obras cada vez mais com apelo popular, que enalteciam o Naturalismo e o Realismo. Victor Gilbert vivia esses períodos de mudança com intensidade e conseguiu transpor tudo isso para suas obras. Para ele, não havia tema melhor que a classe trabalhadora mais simples, que apinhava as ruas com suas barracas de comércio e que muitas vezes passava despercebida. Ao contrário de muitos artistas de seu tempo, os trabalhadores de Les Hales, uma região de grandes mercados em Paris, eram o seu orgulho maior.

VICTOR GABRIEL GILBERT
A chegada dos barcos de pesca
Óleo sobre tela - 65 x 54,2 - 1882

VICTOR GABRIEL GILBERT - A vendedora de frutas - Óleo sobre tela - 64,8 x 54

VICTOR GABRIEL GILBERT - Mercado de flores
Óleo sobre tela

Em sintonia com aquilo que o rodeava e distante cada vez mais dos burgueses que ainda estavam no poder, Victor Gilbert acabou tornando uma figura-chave na arte francesa do final do século XIX. Ele criou uma identidade tão grande com os trabalhadores das cenas de mercados de Paris, que sua obra acabou se tornando uma referência urbana naturalista para artistas que procuravam novas alternativas, como os Impressionistas. E teve, inclusive, o apoio de marchands que comercializavam exclusivamente aqueles artistas.

VICTOR GABRIEL GILBERT - Vendedora de flores
Óleo sobre tela - 62,8 x 49,4

VICTOR GABRIEL GILBERT - Uma florista fazendo seus buquês - Óleo sobre tela - 38 x 46,2

VICTOR GABRIEL GILBERT - Jovem num jardim de flores
Óleo sobre painel - 46 x 37,5

Victor Gabriel Gilbert nasceu em Paris, no dia 13 de fevereiro de 1847. Veio de uma família muito humilde, que não possuía recursos para que ele explorasse de uma maneira mais eficiente toda a habilidade nata que possuía com os desenhos. Em 1860, ele consegue uma oportunidade de auxiliar um pintor decorativo chamado Eugène Adam. Ele trabalhava intensamente com ele durante o dia e à noite pegava aulas com Pierre Levasseur, na École de la Ville de Paris. Esse foi praticamente o único treinamento de arte formal que recebeu. Por não ter influência direta do que se ensinava nas escolas tradicionais de belas-artes e dos ateliês badalados de seu tempo, ele acabou criando uma arte genuinamente sua, com um apelo que mais interessava às suas propostas. E funcionou! Ele deu sorte de poder fazer isso num período de transição. Como tinha muito bom gosto, mesmo explorando um tema banal e do dia-a-dia de Paris, sua arte era agradável e comercialmente atraente.

VICTOR GABRIEL GILBERT - Cozinheiros - Óleo sobre painel - 44,5 x 54,5

VICTOR GABRIEL GILBERT - Quai aux fleurs - Óleo sobre tela

VICTOR GABRIEL GILBERT - O mercado de legumes, Paris - Óleo sobre tela - 46 x 61 - 1878

Ele gostava do Realismo de Courbet e Millet, pois esses artistas já mostravam uma insatisfação com a imposição clássica dos salões. Ao contrário deles, porém, que exploravam a temática dos campos, Victor Gilbert preferiu as cenas urbanas. Seu Realismo se concentrava nos bairros apinhados do comércio de Paris, com gente que acordava cedo e ficava por ali até tarde, entre tigelas fumegantes, carnes de todo tipo, peixes, flores e toda espécie de produtos. Por isso, ele se tornou o principal pintor de Les Hales, região alías que existe até hoje. Mesmo estando num mundo tão aparentemente simples, ele conseguia enaltecer seus personagens e dar-lhes dignidade e respeito. Sua pintura é verdadeira, mas ao mesmo tempo, suave e poética. Ele retrata um mundo de caos, mas que aos nossos olhos não chega com essa mensagem.

VICTOR GABRIEL GILBERT - La marchande d'Huitres
Óleo sobre tela - 46,3 x 38,5

VICTOR GABRIEL GILBERT - O mercado de flores - Óleo sobre tela - 1881

VICTOR GABRIEL GILBERT - Oferecendo flores a uma criança
Óleo sobre tela

A eficiência em criar uma arte verdadeira e com identidade com o ambiente que vivia, conquistou não apenas o grande público, mas também o Estado, que começou a comprar obras suas que eram apresentadas nos salões. Um grande incentivador, nessa fase, foi Pierre Martin. Ele possuía uma loja de artes na Rue Lafitte, e era tido como um dos grandes incentivadores do estilo impressionista. Já mais reconhecido e respeitado, o estilo de Gilbert avançava ainda mais. Ele já se ousava usar uma paleta mais luminosa como a dos impressionistas e também flertar com algumas composições burguesas. Foi o apoio de Martin que permitiu a Gilbert desligar de vez da carreira de decorador e dedicar exclusivamente à pintura, especialmente daqueles temas que ele sempre tanto admirou.

VICTOR GABRIEL GILBERT - Paris, Praça da República
Óleo sobre tela - 65,3 x 53,8

VICTOR GABRIEL GILBERT - Mercado de flores - Óleo sobre tela - 41 x 54

VICTOR GABRIEL GILBERT - O mercado de flores
Guache e aquarela sobre painel - 30,5 x 24,1


Ele obteve uma segunda medalha de classe no Salão de 1880 e uma medalha de prata na Feira Mundial, em 1889, tornando-se também um membro da Sociedade Francesa de Artistas, em 1914. O artista faleceu em Paris, a 21 de julho de 1933. Hoje, diversos trabalhos seus fazem parte de vários museus da Europa.