sexta-feira, 9 de outubro de 2015

RUDOLF ERNST

RUDOLF ERNST - A fonte de Ahmed III, Istambul - Óleo sobre painel - 63,5 x 81,9 - 1892

RUDOLF ERNST - Uma dura barganha - Óleo sobre painel - 64,3 x 81,3

A primeira geração de pintores orientalistas, liderada principalmente por Delacroix, Vernet, Colin e Chasseriau, foi quem praticamente fez o cartão de visitas do Oriente Médio e Próximo para o mundo ocidental. Mesmo que o foco de suas obras inspiradas naquelas regiões tenham sido os temas políticos, principalmente as batalhas e conquistas, mostraram como era a cultura e o modo de vida daqueles povos, de uma maneira nunca antes apresentada. Mas, foi a segunda geração desses artistas que encantou e conquistou o mundo ocidental, mostrando bem de perto os povos daquela região, com suas culturas e tradições aparentemente exóticas e com todo o seu colorido e esplendor. Gerome, Bauerfeind e Deutsch foram nomes valiosos desse período, seguidos por um outro artista, Rudolf Ernst.

RUDOLF ERNST - Um guarda núbio
Óleo sobre painel - 59 x 47,5

RUDOLF ERNST - Apresentação da tarde
Óleo sobre painel - 81,3 x 61

RUDOLF ERNST - O guarda do harém
Óleo sobre painel -´60 x 48,5

Rudolf Ernst nasceu em Viena, em fevereiro de 1854, e foi, além de ótimo pintor, um gravurista e ceramista. Os temas orientais são o carro-chefe de sua produção. Encantou tanto com a cultura e o modo de vida daqueles povos que visitou, que praticamente mudou o seu modo de vida. Chegou mesmo a montar uma loja para produzir azulejo de faiança com temas orientais, na pequena cidade de Fontenay-aux-Roses, na França. Ali, fez questão de decorar sua casa em estilo otomano e viveu nela os últimos anos de sua vida, de uma forma bem reclusa.

RUDOLF ERNST - Prece ao nascer do sol - Óleo sobre painel - 78,5 x 100

RUDOLF ERNST - Tigre cativo - Óleo sobre painel - 80 x 100

Filho de um arquiteto, percebe-se claramente aí a sua influência pelas construções exóticas e opulentas do oriente. Incentivado pelo pai, ele começou a estudar na Academia de Belas Artes de Viena, com a idade de quinze anos. Terminado esse período de aprendizados básicos, passou alguns meses do ano de 1874 estudando em Roma, especialmente copiando os velhos mestres. Estabelecendo-se em Paris, em 1876, participou de salões e se inteirou da vida agitada da cidade. Inicialmente, começou apresentando trabalhos de cenas de gênero e já vinha chamando atenção com elas. Mas, foram as viagens que fez para a Espanha, Marrocos, Egito e Turquia, que mudaram radicalmente o rumo de sua arte.

RUDOLF ERNST - A musicista - Óleo sobre tela

RUDOLF ERNST - Água para o cachimbo - Óleo sobre painel - 71,1 x 90,1

RUDOLF ERNST - A fábrica de perfumes
Óleo sobre painel - 55,5 x 45

À partir de 1885, Ernst se tornaria exclusivamente um pintor de temas orientais, e faria isso com a dedicação e competência de poucos. Mais do que se encantar com tudo aquilo que havia visto em suas viagens, ele também queria que as pessoas se encantassem e admirassem aqueles povos com suas visões. Com a mente povoada das mais brilhantes imagens das suas viagens, bem como tendo referências fotografias e gravuras, ele se tornou um artista destacado entre os orientalistas. Ao contrário de alguns de seus colegas, cuja abordagem destes assuntos era estritamente topográfica ou etnográfica, Ernst muitas vezes misturava a arquitetura, artefatos e costumes de diversas culturas. Suas imagens, intensamente detalhadas, brilham como jóias e são admiradas pela interação complexa de seus personagens representados, vestidos ricamente com suas vestes e adornados com os metais mais elaborados. Alguns de seus modelos preferidos e objetos que considerava especiais são repetidos em vários composições, em novas poses e ângulos.

RUDOLF ERNST - A apresentação - Óleo sobre painel - 64,1 x 44,5

RUDOLF ERNST - Na entrada do jardim do palácio
Óleo sobre painel - 33 x 24

Por onde andou, Ernst coletou o mais variado número possível de objetos e apetrechos das culturas orientais. Era entre essas peças de sua coleção, que vivia e se deixava inspirar na casa que montou especialmente com esse tipo de decoração. Embora tivesse em mente trabalhar exclusivamente com a produção de azulejos, a pintura dividia o seu tempo e foi assim, por todo seu resto de carreira. Tanto Rudolf Ernst como Ludwig Deutsch foram fortemente influenciados pelo estilo acadêmico de Jean-Leon Gerome, implementando a exatidão do mestre francês em detalhes e intensidade de cor. No entanto, o trabalho de Ernst difere fundamentalmente quando comparado aos outros dois, pelo ecletismo e pelas compilações maravilhosas de projetos selecionados de diferentes fontes, como Argélia, Tunísia, Turquia e Espanha andaluza.

RUDOLF ERNST - A favorita - Óleo sobre painel - 92 x 72

RUDOLF ERNST - Caixa da fortuna - Óleo sobre painel - 92 x 72


Contrário a badalações e agitações do meio artístico, Ernst raramente saía de sua casa, e passava horas a fio executando as minúcias das obras que compunha. Ricamente detalhadas, consumiam um longo tempo até a conclusão de cada uma delas. Tanto isolamento, que o artista praticamente foi sendo esquecido em seu canto. Não se sabe nem exatamente a data de sua morte. O ano mais provável é o de 1932. Faleceu em sua casa, a mesma que havia montado logo após suas viagens, em Fonteney-aux-Roses, na companhia de todos os objetos da vida que um dia escolheu para ele.

RUDOLF ERNST - Dia do casamento - Óleo sobre tela - 65 x 55

2 comentários:

  1. Ernst e suas obras maravilhosas.... BELÍSSIMOS.....
    Abraços, sucessos, meu Amigo....

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Um grande abraço, Vidal.
      E obrigado por passar mais uma vez.

      Excluir