sexta-feira, 26 de abril de 2013

OLHAR RURAL


Tenho uma afinidade muito grande com os trabalhos de Douglas Okada, não somente porque tem uma técnica refinada e invejável, mas, principalmente porque seus temas me remetem a uma realidade que é minha, que convivo todos os dias. Olhar Rural, a sua próxima exposição, vai ainda mais de encontro com essa sintonia natural que tenho com sua arte.

DOUGLAS OKADA - Eucalipto - Óleo sobre tela - 70 x 50

DOUGLAS OKADA - Corredeira de Itirapina - Óleo sobre tela - 30 x 40

A presente exposição, que inaugurará no dia 2 de maio, trará 22 obras, que apresento aqui de antemão, inclusive com os valores para aqueles que se interessarem e quiserem adquirir o trabalho, antes mesmo de ser exposto.

DOUGLAS OKADA - Uma nova família
Óleo sobre tela - 40 x 50


DOUGLAS OKADA - No sítio, pela manhã - Óleo sobre tela - 40 x 50

DOUGLAS OKADA - Pequena ajuda no sítio
Óleo sobre tela - 50 x 60

Abraçando exclusivamente a temática rural para essa exposição, Douglas Okada passeia por temas bucólicos, que incluem paisagens, figuras humanas e naturezas mortas bem despojadas e bem próximas da realidade campesina.

DOUGLAS OKADA - Bebedouro no Córrego Rico - Óleo sobre tela - 50 x 70

DOUGLAS OKADA - Durante a refeição
Óleo sobre tela - 30 x 40

DOUGLAS OKADA - Carro de boi - Óleo sobre tela - 60 x 80

Toda as obras foram baseadas em estudos realizados em Araraquara e Jaboticabal, no estado de São Paulo. Algumas inclusive, pintadas no próprio local. A pintura ao vivo tem se tornado uma prática mais constante na vida desse artista, que se adapta muito bem as realidades contemporâneas. Cada vez mais o artista vai direto à sua fonte inspiradora, e essa é uma realidade que vem conquistando o mundo. Vale salientar que todas as obras foram realizadas nos últimos 3 meses.

DOUGLAS OKADA - Carriola com flores
Óleo sobre tela - 70 x 50

DOUGLAS OKADA - Fazendo o jardim
Óleo sobre tela - 70 x 50

Não é a primeira vez que Douglas faz uma individual na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. A Essência da Natureza foi a primeira mostra, realizada no ano de 2008. Ambas possuem como curador Emanuel Von Lauenstein Massarani, renomado crítico de arte, escritor e Diretor Geral do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, além de Presidente do Instituto de Recuperação do Patrimônio Histórico de São Paulo.

DOUGLAS OKADA - Breve descanso (detalhe)
Óleo sobre tela - 60 x 80

Sou suspeito de falar desse artista e suas obras. Tenho uma natureza morta que admiro quase todos os dias na hora das refeições e não tenho a menor dúvida em afirmar que se trata de um grande expoente dessa geração.


PARA ADQUIRIR OS TRABALHOS, ENTRE EM CONTATO COM O PRÓPRIO ARTISTA PELO E-MAIL:
atelierdouglasokada@gmail.com 
OU PELO TELEFONE 
(16) 9138-0742.

SUCESSOS, MEU AMIGO!

segunda-feira, 22 de abril de 2013

POR DENTRO DE UMA OBRA - Wilson Vicente

WILSON VICENTE - Praça São Sebastião, Dionísio, cerca de 1970
Acrílica sobre tela - 50 x 80 - 2013

Casario foi o tema que primeiramente levou-me a conhecer os trabalhos do artista mineiro Wilson Vicente. Gostava muito da sua maneira peculiar de representar essa típica vida pacata mineira do passado. Já havia visto várias telas suas representando a cidade de São Domingos do Prata, Ouro Preto e Tiradentes, e passaram muitos anos até que viesse a ver, agora, uma tela sua representando a minha cidade natal em início da década de 70.
Wilson já soma uma carreira de mais de 45 anos, sempre representando com bastante fidelidade a vida mineira interiorana, seja presente ou do passado.



Dionísio teve uma vida agitada em início dos anos 70 e finais da década de 60, quando se gabava de ser um dos municípios brasileiros maiores produtores de carvão vegetal. Até uma rede teleférica, espécie de caçambas suspensas em cabos de aço, ligavam a cidade até a cidade de João Monlevade, cerca de 65 km de distância, levando a produção de carvão daqui. A cena pintada por Wilson retrata exatamente esse momento, com as grandes estruturas chegando à cidade. Elas eram um atrativo à parte, principalmente para as crianças.
Os anos se passaram, felizmente extrair o carvão não é mais nosso orgulho, assim como não parece ser em nenhuma parte do mundo, mesmo sendo feito por florestas remanejadas, como o eucalipto. O município ainda não conseguiu se recuperar da grande lacuna deixada pelo término da produção carvoeira. A economia tenta recuperar sua antiga vocação agropecuária, mas o futuro tem se mostrado bastante incerto.






Abaixo: Imagens da Praça São Sebastião no ano de 2003, no mesmo local representado no quadro de Wilson Vicente.



sábado, 13 de abril de 2013

TRÊS ITALIANOS DO "OTTOCENTO"


GAETANO CHIERICI - Alegrias da infância - Óleo sobre tela - 69,9 x 52

GAETANO CHIERICI - Instinto de lutador - Óleo sobre tela - 72 x 107 - 1868

Não é novidade dizer que a Itália seja um dos locais mais importantes para a história da arte, nem tão pouco que essa importância tenha se estendido a todo o mundo ocidental. Grande parte dos movimentos artísticos surgiu lá e por lá aconteceram em sua maior intensidade. Muito antes da era cristã; que começou a contar nossos dias; a Itália já exercia uma influência enorme na formação artística de toda a região mediterrânea. O Renascimento apenas veio confirmar o grande espírito artístico que já reinava em terras italianas desde as mais distantes datas, e que ficou adormecido por um longo período, conseqüência de grandes pestes que assolaram todo o território europeu. No Renascimento, o homem assume a vontade de evoluir espiritualmente e exprime isso com toda intensidade, nas inúmeras obras de arte criadas nesse período. A centralização da Igreja Católica em Roma foi, sem dúvida, um fator de suma importância para que as coisas desenrolassem dessa maneira. Com poderes de estado; inigualáveis para o período; ela mantinha a sobrevivência de grande parte dos artistas da época.

GIOVANNI BATTISTA TORRIGLIA - Uma família feliz
Óleo sobre tela

EUGENIO ZAMPIGHI - Meu passarinho morreu
Óleo sobre tela

GAETANO CHIERICI - Amigos da fazenda
Óleo sobre tela

Sucedendo ao Renascimento, vieram o Maneirismo, Barroco, Rococó, Neoclassicismo e Romantismo. A Itália sempre esteve na vanguarda de todos esses movimentos. A entrada dos anos de 1800 assistia o deslocamento do centro cultural de Roma para Paris, com uma força ainda mais evidente. Quando parecia que em solo italiano não haveria mais novidades, eis que, como uma carta na manga, o Realismo e o Naturalismo se impõe por quase todo o século. Os “Ottocento”, como ficaram conhecidos os anos em que esses estilos se consolidaram, estiveram esquecidos por muitos anos, depois do advento de vários movimentos modernistas, mas, retornaram à mesa das conversas sobre a produção artística italiana, principalmente porque as obras desse período são o desejo de consumo em muitas casas de leilões por todo o mundo.

EUGENIO ZAMPIGHI - Brincando com o bebê
Óleo sobre tela - 61 x 45,7

GAETANO CHIERICI - Hora do banho - Óleo sobre tela

GIOVANNI BATTISTA TORRIGLIA - Gastando o tempo
Óleo sobre tela

Precisaria de uma matéria especialmente dedicada aos “Ottocento” italianos, por se tratar não somente de uma farta e rica quantidade de informações e imagens, mas principalmente porque grande parte da arte realista que se espalhou pelo mundo, teve sua gênese nesse movimento italiano. Ficarei restrito, nesse momento, a três artistas que se consagraram no movimento realista dos “Ottocento” italianos: Gaetano Chierici, Giovanni Battista Torriglia e Eugenio Zampighi. A pintura de cenas de interiores é uma particularidade entre os três, por isso nada mais justo e sensato do que reuni-los numa mesma matéria.

GAETANO CHIERICI - Amor de mãe
Óleo sobre tela - 43,1 x 33 - Coleção particular

GIOVANNI BATTISTA TORRIGLIA - Jogos em família - Óleo sobre tela 74 x 109

EUGENIO ZAMPIGHI - A visita mais bem vinda
Óleo sobre tela

Assumo de antemão, que sou um admirador inveterado de todos os três e estou me policiando para que minha narrativa não se torne deveras piegas, típica dos fãs incondicionais. Não é muito difícil falar daquilo que é bom, que emociona e que por vezes são o motivo para nunca querer parar. Os trabalhos dos citados artistas provocam tudo isso, um misto de admiração, respeito e um alento para seguir caminhada.

GIOVANNI BATTISTA TORRIGLIA - O fio do amor
Óleo sobre tela - 63,5 x 91,44 - 1895

EUGENIO ZAMPIGHI - O favorito - Óleo sobre tela - 55,9 x 76,2

GAETANO CHIERICI - Patatrach
Óleo sobre tela - 32,4 x 47

Gaetano Chierici nasceu em Reggio Emilia, em 13 de julho de 1838 e lá faleceu em 16 de janeiro de 1920. Foi aluno de Minghetti, mas se aperfeiçoou em Modena e Florença, antes de completar sua formação em Bolonha, sob a orientação de Giulio Cesare Ferrari. Teve os primeiros trabalhos influenciados pelo tio Alfonso Chierici e também Adeodato Malatesta e se encantou, posteriormente, pelos trabalhos de um grupo denominado Macchiaioli. Só a partir de 1860 que adota as cenas de gênero como carro-chefe de sua produção. Em 1869, quando participa da Exposição de Belas Artes de Brera, conquista grande aceitação por críticos e colecionadores. Foi um pintor altamente escrupuloso, dono de uma veracidade fotográfica objetiva e surpreendente. Era dono também de uma técnica impecável e se inspirava principalmente na rotina diária de Montecalvo, onde buscava suas muitas cenas de gênero, principalmente com animais domésticos e personagens locais. Talvez pela alta qualidade técnica e grande detalhamento, produziu relativamente pouco, cerca de 150 obras completamente concluídas e alguns outros estudos e obras inacabadas. Ficava dias em uma única composição, em intermináveis horas à procura do melhor colorido, com sua precisão miniaturista e uma acuradíssima trama desenhística. Pela repetição mecânica de seus temas, foi perdendo o interesse pelos colecionadores. Atuante socialmente, foi diretor da Escola dos Trabalhadores de Desenho em Reggio Emilia e também o primeiro prefeito socialista da cidade. Seus trabalhos são hoje muito raros, e os poucos leilões onde existem suas ofertas, conseguem altíssimos valores.

EUGENIO ZAMPIGHI - Hora da refeição
Óleo sobre tela

GAETANO CHIERICI - Força irresistível - Óleo sobre painel - 34,5 x 46 - 1920

GIOVANNI BATTISTA TORRIGLIA - No estúdio do escultor
Óleo sobre tela

Eugenio Battista Torriglia nasceu em Modena, em 1859 e faleceu em Maranello, em 1944. Entre os anos de 1875 e 1882, foi aluno da Academia Ligústica e já em 1886 foi o vencedor da Pensão Durazzo, estudando com essa ajuda até 1891 em estúdios de Florença, sendo aluno principalmente de N. Barabino. Especializou em diversas temáticas, passeando muito bem desde cenas históricas e religiosas ao retrato, até cenas de gênero com moderado realismo. Tinha uma enorme preferência pela vida comum e doméstica. Suas composições são sempre envolventes e com forte elemento narrativo.

GAETANO CHIERICI - A máscara
Óleo sobre tela - 73 x 93,3

GIOVANNI BATTISTA TORRIGLIA - A pomba - Óleo sobre tela

EUGENIO ZAMPIGHI - Fugindo do banho
Óleo sobre tela

Eugenio Zampighi nasceu em Gênova, a 30 de agosto de 1857 e aí também faleceu em 12 de janeiro de 1937. Matriculou-se na Academia de Belas Artes de Modena em idade muito jovem. Depois de ganhar o Prêmio Polleti, em 1880, continuou seus estudos em Roma e Florença, onde se estabeleceu definitivamente em 1884. Tinha uma facilidade enorme para a ilustração, a qual sempre realizava com muita precisão. Teve uma produção bem montada em cima de uma temática que explorou exaustivamente: velhos, crianças, pais afetuosos, cenas domésticas... Tornou-se um dos artistas preferidos por colecionadores americanos, que sempre viram em seu trabalho, uma grande identidade com a vida doméstica italiana dos anos oitocentos. Também era fotógrafo e utilizou do recurso da fotografia para elaborar seus trabalhos. Usava modelos tipicamente trajados em seu estúdio e explorou essa temática por várias décadas, vindo a obter bastante sucesso com elas.

EUGENIO ZAMPIGHI - Reunião de família
Óleo sobre tela

GAETANO CHIERICI - A papa - Óleo sobre tela - 46,3 x 58,4

GIOVANNI BATTISTA TORRIGLIA - A teia da vida
Óleo sobre tela

Todos os três artistas tinham um fascínio pela vida familiar, pela representação que a rotina do convívio entre os familiares podia proporcionar e por tudo que isso significava em suas sociedades. Suas obras são um culto ao que há de mais simples e ao mesmo tempo o que se torna mais valioso. São retratos fiéis de uma época e que influenciarão ainda muitas gerações.

GIOVANNI BATTISTA TORRIGLIA - Uma família feliz
Óleo sobre tela

sexta-feira, 5 de abril de 2013

HUMANIZAR PELA ARTE


... O mistério da vida me causa a mais forte emoção. É o sentimento que suscita a beleza e a verdade, cria a arte e a ciência. Se alguém não conhece esta sensação ou não pode experimentar espanto ou surpresa, já é um morto-vivo e seus olhos se cegaram.” (Albert Einstein)
Logo no início do livro Como Vejo o Mundo, Albert Einstein nos deixa excelentes reflexões acerca do mundo e da vida. São as visões de alguém com uma capacidade perceptiva enorme, mas acima de tudo, a visão de um humanista, que devotava uma grande admiração pelas coisas simples e pelo fascínio de se encantar com cada uma delas. Muito mais conhecido pelos seus grandes experimentos e teorias no campo da Física, foi um humanista que dedicou seus últimos anos; mesmo que reclusos; na defesa da construção de ideais que incluíssem a paz e a promoção de um mundo melhor.


SIR LAWRENCE ALMA-TADEMA - Comparações
Óleo sobre tela

A ciência nos afirma que estamos aqui há milhões de anos, que evoluímos de espécies anteriores e que esse processo de evolução torna cada ser desse planeta uma entidade especial. Todas as transformações físicas passadas pelos nossos ancestrais, conquistadas no processo evolutivo desses milhões de anos, foram adaptações do nosso corpo às condições que foram se manifestando no planeta. Somos do jeito que somos, fisicamente falando, graças a um processo de hominização que nos permitiu ser assim, adaptando e evoluindo até chegarmos a nossa condição atual, quando há cerca de 7 milhões de anos seguimos um caminho diferente de outros primatas parentes nossos. Somos especiais? Do ponto de vista apenas físico, não somos mais especiais que uma formiga. Mas, algo nos tornou enormemente diferentes das outras espécies. Foi pela humanização que nos diferenciamos de todos os outros seres. A diferença mais importante entre nós e todas as outras espécies é que não vivemos apenas para o presente, pela intensa preocupação existencial de sobrevivência. Buscamos referências em nosso passado e nos orientamos nele para construirmos nosso futuro. Nenhuma outra espécie no planeta pensa e age assim. Como nos humanizamos?
Preocupamos com os nossos semelhantes e com as outras espécies, mesmo sabendo que muitas delas são até nossos concorrentes na cadeia de sobrevivência. Grande parte de nós, nem todos, se comove com a degradação acelerada do ambiente em que vivemos e uma parcela até considerável, luta para que ele permaneça nas melhores condições possíveis, para que possamos ter uma vida com melhor qualidade. Por vezes, lutamos pelo direito de excluídos e minorias, e muitos de nós ainda mantém acesa a chama da esperança de que dias melhores nos esperam. Humanizar é um processo que inspira coletividade, que nos faz abandonar nossa casca do egoísmo e da indiferença. Fazer planos para a humanidade é planejar algo para mim e para todos aqueles que dividem esse planeta comigo.


MARGUERITE GÉRARD - Artista pintando e retrato de uma musicista
Óleo sobre tela

Várias atitudes comprovam o processo evolutivo de nossa humanização, mas nenhuma delas tem força maior que a nossa manifestação artística. É a arte que comprova nossa trajetória na história e nos faz permitir olhar os passos que nos trouxeram até aqui. Registrando em textos, esculturas, pinturas, construções, compondo músicas e interpretando em palcos a nossa existência, evoluímos em nossa caminhada. A arte nos promove à nossa condição humana mais especial. Principalmente ela, nos permite olhar e encantar com o passado e sonhar e projetar um melhor momento futuro. A arte tem o poder da transcendência. Quem faz arte vive além da vida de seu próprio corpo físico. Pouco nos importa, por exemplo, como era Michelangelo, se era baixo, magro, forte... sua arte lhe representa sem que precisamos lhe conceber uma  forma física. Para a humanidade, isso é o suficiente.
“A superioridade do homem sobre os restantes seres da natureza, é devida aos seus pensamentos inúteis”, já dizia Paul Valéry. Joan-Josep Tharrats completa assim o raciocínio de Valéry: “Se a gente não tivesse essa necessidade de coisas sobrantes, não teríamos superado o nível dos irracionais. A arte é uma realidade inútil, mas são precisamente as coisas inúteis as que fazem vibrar a humanidade”. A arte, enquanto excesso luxuoso de nossa produção, sempre teve o papel de refinar o espírito humano, de aproximá-lo por alguns instantes; do que o próprio homem concebeu; de uma centelha divina. Também é pela arte que atingimos o ápice de nossa liberdade, fugindo com maior satisfação das forças manipuladoras do mundo atual, onde tudo parece mecanizado, programado e vigiado. Há, por isso, uma responsabilidade enorme para não deixarmos que a liberdade conquistada no fazer artístico seja algo puramente egoísta, que não comungue com a promoção de melhores condições para a toda a humanidade. Nesse sentido, muitas manifestações artísticas recentes acrescentam pouco ao coletivo, supervalorizando o mundo individualista de quem as criou. Mas isso já são motivos para novas divagações filosóficas.


VICENTE ROMERO REDONDO - No ateliê do artista - Pastel


Estamos certamente numa encruzilhada. O que se tem produzido atualmente, em muitos segmentos artísticos, caminha para um comportamento quase irracional, animal mesmo. Produtos do momento, sem referencias ao passado e sem a preocupação em formar uma melhor sociedade futura. A arte, como a ferramenta mais valiosa que temos, para produzir e construir um mundo melhor, corre o risco de não se tornar mais, aquilo que conseguimos produzir de mais nobre até aqui. Que sejamos todos, humanistas devotados em construir um mundo melhor, assim como Einstein se empenhou em seus últimos anos. Estaremos assim contribuindo para justificar o título que nós mesmos nos damos, de criaturas especiais e diferenciadas deste planeta.