quinta-feira, 29 de novembro de 2012

VIRGÍLIO DIAS


VIRGÍLIO DIAS - Bar Amarelinho - Óleo sobre tela - 70 x 100

VIRGÍLIO DIAS - Cinelândia
Óleo sobre tela - 70 x 100

Sempre vou encontrando pelo caminho, diversos artistas que acabo adotando como mestres. Profissionais que nos inspiram um estilo, às vezes vigoroso e inusitado, ou até mesmo que esmeram em temáticas já surradas, mas feitas com tanto capricho e zelo, que nos arrebatam voluntariosamente a segui-los. Há cerca de dois anos, adotei o Virgílio Dias como uma dessas referências. Interessante que temos muito pouco em comum no que se diz respeito ao estilo, mas há algo em seu trabalho que me é mais comum do que sei explicar. Uma sensação de que cada obra dele é parte de algo que gostaria de ter feito e que me faz tão bem.

VIRGÍLIO DIAS - Santa Tereza - Óleo sobre tela - 75 x 100

Gosto imensamente de uma de suas frases: “O meu ateliê é muito grande, é a rua, os lugares onde estou naquele momento”. Talvez seja esse mesmo o quesito que tanto me atrai nesse artista carioca, é um dos últimos remanescentes verdadeiramente impressionistas, que gosta de pintar somente do natural, ou escolheu isso como sua principal atividade. Virgílio é, então, uma dessas figuras que nos remetem a uma época onde todo artista tem vontade de voltar um dia, caso isso seja possível.

VIRGÍLIO DIAS - Cansado de praia - Óleo sobre tela - 100 x 70

Nasceu no Rio de Janeiro, a 8 de dezembro de 1956 e adotou a cidade como o pano de fundo e tema principal de sua obra, embora já tenha corrido mundo em busca de outras composições. A pintura entrou em sua vida de uma maneira interessante: “Eu, que era destro, tive que aprender a usar o braço esquerdo, foi justamente aí que eu descobri a pintura. Fui apresentado ao professor Antenor Finatti que ministrava aulas de pintura na SBBA - foram quatro anos freqüentando as aulas no atelier e ao ar livre nos fins de semana. Foi exatamente aí, em contato com a natureza e depois de ter lido bastante sobre a História da pintura e visto que os pintores sempre tiveram contato com o campo - sobretudo os pintores impressionistas franceses - que percebi o caminho que eu deveria tomar, ou seja, sempre me colocar de uma maneira humilde diante da natureza e sempre consultá-la, visto que ela é mestra de mestres”.

VIRGÍLIO DIAS - Av Ataulfo Alves
Óleo sobre tela - 70 x 100

VIRGÍLIO DIAS - Cinelândia
Óleo sobre tela - 70 x 100

É um artista que tem uma visão do hoje, com as referências do passado, mas que sobretudo pratica uma das maiores qualidades necessárias a um artista: não se desvencilhar do caminho natural das coisas. A natureza, como guia, é indispensável para a elaboração e permanência em qualquer estilo.
Sua trajetória como artista ambulante, que ama principalmente a liberdade do executar sua obra, não se restringiu apenas ao Rio, também esteve em Paris, berço e referência maior à sua escolha, e passou também uma temporada em Portugal.

VIRGÍLIO DIAS - Dois amigos - Óleo sobre tela - 61 x 50

Deixo alguns trechos de depoimentos de outros artistas, sobre a obra e trajetória de Virgílio Dias. Vale a pena conferir esses depoimentos em sua íntegra, na página oficial do artista:
“Quando tudo parecia encerrado, quando diante da história o fluxo impressionista acenava para algo absolutamente sacramentado, eis que uma nova voz se levanta, altiva e insólita, rejuvenescida no fulgor e nos impulsos, na clara decisão de soerguer, revitalizar, instaurar um cântico ainda possível de expressar, consoante aos antigos e permanentes preceitos dos velhos mestres revolucionários do novecentos.

VIRGÍLIO DIAS - Teresópolis
Óleo sobre tela - 70 x 100

Há em Virgílio Dias uma sensação primordial de frescor, um fruir por incrível nunca habitado, uma busca dir-se-ia do sublime e do eterno, de ligar-se às imantações imaterializadas, intocadas dos registros humanos pela grande arte de dizer, pelas cores, no instante em que a paisagem se potencializa na possibilidade veemente de comover, de emocionar o observador pelos flancos da poesia”.
(Carlos Bracher)

VIRGÍLIO DIAS - Lagoa Rodrigo de Freitas
Óleo sobre tela - 70 x 100

“Pintar quadros é uma coisa que qualquer pessoa dotada de alguma destreza pode realizar, porém, fazer com que esse quadro toque a sensibilidade de outra pessoa, fazendo-a desejar possui-lo para admira-lo em suas paredes é outra coisa. É arte. Tenho acompanhado a trajetória artística de Virgílio Dias há alguns anos e tenho notado sua evolução. Evolução aprimorada pelo talento, persistência e coragem, pois todos os seus quadros são realizados “in loco”, obrigando o artista a todo tipo de sorte”.
(Armando Romanelli)

VIRGÍLIO DIAS - Saída de praia
Óleo sobre tela - 55 x 38

“Não o vejo (e nem sua pintura) engajado a “ismos”, mas na expressão que lhe dá a medida de sua humildade e também de sua grandeza com o sentimento de situação de mundo e do seu mundo, que o faz pintar formas e cores com dose generosa de maestria”.
(Manoel Costa)

VIRGÍLIO DIAS - Av Ataulfo de Paiva
Óleo sobre tela - 50 x 61

“Virgílio Dias pinta a superfície com segurança do conhecimento da base histórica da Arte. É um digno representante dessa evolução, dessa herança do “Pessoal de Montmartre”.
Sua bela superfície não é nada superficial, ela nos convida ao âmago das coisas”.
(José Benigno Ribeiro)


PARA SABER MAIS:

sábado, 24 de novembro de 2012

NOVOS OLHARES SOBRE DIONÍSIO


Nunca escondi a admiração que tenho pela minha terra natal. Não é bairrismo, é amor mesmo. Dionísio, uma pequena cidade de Minas Gerais, não tem tantos recursos econômicos, tem muitos desafios pela frente; como qualquer cidade; mas tem uma beleza natural incrível. Quando outros artistas colocam em seus trabalhos, um pouco daquilo que compartilho todos os dias, é imensamente gratificante. Os trabalhos a seguir são as mais recentes produções de um grupo de amigos meus. Belas obras!


CLÁUDIO VINÍCIUS - Estrada para Areias, Dionísio - Óleo sobre tela - 30 x 50 - 2012


Não é todos os dias que se tem a honra de ver o Cláudio Vinícius concluindo um trabalho, pelo fato de que sua produção é muito criteriosa e fica um longo período na conclusão de um único trabalho. Tive o privilégio de ver concluir um pequeno quadro sobre a minha região. É um artista que capta todos os detalhes de uma paisagem com tanta perfeição, que por vezes ficamos desconfiados se são realmente pinturas. Fiquei muito feliz ao visitá-lo por esses dias, e ver que está se recuperando muito bem dos transtornos com a saúde, que teve recentemente. Tenho certeza que iremos nos brindar com muitas de suas belas imagens, por longos anos.

TÚLIO DIAS - Um trecho de estrada com animais em Brejaúba - Óleo sobre tela - 70 x 100 - 2011


TÚLIO DIAS - Estrada do Apaga-pito
Óleo sobre tela - 120 x 180 - 2011

O recente ano marca uma fase em que o Túlio Dias produziu um grande número de obras com temas de Dionísio. Grandes e pequenos formatos, foram frutos de sua passagem por aqui no ano passado. Certamente irá produzir mais, pois a sua fonte ainda é vasta. Um artista que vai e volta em suas origens pictóricas, e que tira proveito de todas as suas experiências nesse percurso.


VINÍCIUS SILVA - Rio com pedras na Serra das Laranjeiras - Óleo sobre tela - 60 x 90 - 2012


VINÍCIUS SILVA - Uma curva do Mumbaça
Óleo sobre tela - 50 x 70 - 2012

VINÍCIUS SILVA - Final de tarde,  Dionísio, MG
Óleo sobre tela - 50 x 70 - 2012

Vinícius Silva também passou por aqui esse ano e continua produzindo diversas obras das imagens que colheu, tanto nos ensaios fotográficos, como dos estudos em plein air. A versatilidade de seus temas é incrível e sempre se encarrega de arranjar um enquadramento inusitado e uma visão diferenciada daquilo que foge aos olhares comuns. Um jovem artista com uma longa estrada, que está apenas começando.


ERNANDES SILVA - Um cantinho na Serra do Luar - Óleo sobre tela - 30 x 40 - 2012


Ernandes Silva é a mais grata surpresa na produção de paisagens. Cada dia se especializando mais na produção em plein air, parece incansável. Sempre o estamos vendo num local diferente, cavaletes às costas e pincéis em punho. Não esteve ainda em Dionísio, mas está produzindo uma série de obras à partir de imagens que lhe enviei. Muito bom ver essa nova geração conquistando seu espaço com muita honra...

JOSÉ RICARDO - Trecho do Mumbaça - Óleo sobre tela - 60 x 80 - 2012


Um outro artista que sempre explorou as paisagens de Dionísio foi José Ricardo, que já vem por esses lados já faz um bom tempo. Saímos para alguns exercícios ao vivo e para algumas seções de fotografias. Já dividimos algumas atividades e também fizemos algumas exposições em conjunto. A temporada dele por aqui, juntamente com o Cláudio Vinícius e o Túlio Dias, rendeu bons frutos.

Acho que já está na hora de pensar num livro com temáticas da região. A ideia me parece muito boa...

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

LANÇAMENTO IMPERDÍVEL

O primeiro livro do meu amigo fotógrafo Roneijober Andrade já fazia anunciar que logo em breve teríamos novidades.
Está sindo mais um excelente trabalho sobre um dos locais mais bonitos de Ipoema, em Minas Gerais, o Morro do Redondo.
Vale a pena adquirir o exemplar na pré-venda, quando está com R$ 20,00 de desconto. Uma bela opção para presentear nesse fim de ano.
As empresas que adquirirem acima de 25 livros podem ter suas logomarcas grafadas no livro  como apoio cultural e poderão pagar em até três vezes.


PARA ADQUIRIR, ENTRE EM CONTATO COM RONEIJOBER ANDRADE NOS TELEFONES (31)3833-9294 ou (31)8808-9294. OU TAMBÉM PELO E-MAIL roneijober@yahoo.com.br


quarta-feira, 21 de novembro de 2012

UM ÚLTIMO ESTUDO EM BRASÍLIA


Um estudo com modelo ao vivo, no ateliê da Juliana Limeira, foi a nossa última atividade na passagem por Brasília. Aliás, foi um final de semana intenso, daqueles que só quem convive com a Juliana sabe experimentar. Ela programou uma série de atividades para a nossa passagem por lá, que incluiu desde exercícios em plein air e no estúdio, bem como um rápido passeio turístico pelo centro da cidade.




Júlia foi a nossa modelo. Um bela jovem que está sempre presente nas aulas e composições da Juliana.
Douglas Okada, Ronaldo Boner e Juliana fizeram um estudo em óleo. Vinícius e eu executamos exercícios em lápis e carvão. Gonzalo Cárcamo não esteve presente nessa atividade, pois seu vôo se deu antes dela.
Concluímos os trabalhos na manhã de domingo, dia 11 de novembro, pois todas as outras partidas já estavam marcadas em horários diferentes da tarde.

RONALDO BONER - Júlia - Óleo sobre tela

JULIANA LIMEIRA - Júlia
Óleo sobre tela

DOUGLAS OKADA - Júlia
Óleo sobre tela

VINÍCIUS SILVA - Júlia
Carvão sobre canson

JOSÉ ROSÁRIO - Júlia 
Lápis sobre canson

Gostaria de agradecer, mais uma vez, a hospitalidade que recebemos por parte da Juliana. Foram dias de muito aprendizado para todos nós e de convívio com pessoas que sempre nos acrescentam algo.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

REALISMO HOJE: UMA PROPOSTA


Da esquerda para a direita: Douglas Okada, José Rosário, Gonzalo Cárcamo, Luiz Fernando (Instituto Seraphis), Luís Carlos Marques Fonseca (Nova Acrópole), Juliana Limeira, Ronaldo Boner e Vinícius Silva.

Todas as vezes que há um confronto entre Arte Contemporânea e Arte Clássica, cria-se um embate e ao mesmo tempo uma possibilidade ao entendimento, ainda que esse último pareça distante e que muitos setores da própria arte insistam para que ele nunca aconteça. A inauguração da Exposição “Realismo Hoje” traz à tona uma temática necessária, muitas vezes evitada e grande parte das vezes abafada: a beleza na Arte é possível? Pela minha vivência com o tema, diria que não somente é possível, como se torna urgente. Os nove artistas que participam da mostra não tem a pretensão de se declararem representantes únicos de uma nova corrente que luta pela busca de uma nova arte, aquela que reinstaure a procura da beleza como ideal de expressão. São, como muitos artistas, espalhados pelo Brasil e pelo mundo, sobreviventes contra um meio hostil, que cada vez mais oprime e direciona a grande massa.

GONZALO CÁRCARMO - Meninos puxando a rede de pesca, detalhe

JULIANA LIMEIRA -  Em busca, detalhe

ALEXANDRE REIDER - Florada das paineiras, detalhe

Sei que estarei comprando uma briga com todas as correntes que insistem em fazer crer que a Arte se tornou um jardim de liberdade irrestrita, que tudo nela se pode e que temos que assistir ao desfile de tantas sandices, que muitas vezes nos afastam com força do maior e mais nobre ideal procurado na arte: o da beleza e do diálogo constante com ela, e com os bens que esse diálogo proporciona às nossas vidas. Como nas ágoras da Antiga Grécia, onde os problemas se exauriam e se resolviam pelo maior conhecimento de si mesmos, a internet me parece a ágora mais democrática do momento. Aqui, estamos pelo menos mais isentos (se quisermos) da simplificação violenta da Arte. Em nenhum outro lugar, como aqui, a monopolização da Arte por uma pequena minoria parece sofrer tanta ameaça. Concordo com a máxima de Arnold Hauser, quando afirma que “o problema não consiste em confinar a Arte ao horizonte das grandes massas, mas ampliar o horizonte das massas tanto quanto possível”. Como artista, principalmente defensor de um estilo realista, que ainda comunga dos ideais clássicos, vejo o quanto a democracia entrou em desuso. As grandes galerias atuais, bem como bienais e espaços públicos, não estão dispostos a expor uma Arte que resgate antigos valores e que proporcione ao público o direito sagrado do livre arbítrio e da escolha, estão mais preocupados em “vender” o produto da moda, ainda que ao público consumidor seja servida apenas uma viseira, que cega e direciona para os trilhos daqueles que tem poder. Não estamos lutando para que um estilo prevaleça sobre outro, é exatamente essa guerra de "ismos" que devemos evitar, se quisermos evoluir como artistas que caminham pela construção de um mundo melhor. Mas, sou consciente que esse diálogo se faz necessário. Todos nós crescemos quando abrimos ao diálogo. E, mesmo que não cheguemos a alguma conclusão nesse momento, caminhamos em direção a ela. Se andamos dois passamos e recuamos um, pelo menos saímos do lugar.

RONALDO BONER - Arranjo com girassóis, detalhe

JOSÉ ROSÁRIO - Congados em dia de festa, detalhe

DOUGLAS OKADA - Raquel, detalhe

O fim do Impressionismo marcou o final de um período de cerca de 400 anos em que a Arte tinha como meta produzir algo belo, que encantasse sem precisar de um discurso paralelo. Cada obra desse período não precisava de uma cartilha de tiracolo, que a interpretasse para todos que se colocassem diante dela. Dentro desse mesmo período, que se iniciou lá no Renascimento, movimentos renovaram a linguagem artística, adaptaram-se ao seu tempo, mas nunca perderam como meta a procura do encantamento, esse mesmo encantamento que nos faz sentir a vida mais leve e confirmar que o “supérfluo” do produto artístico é o essencial para a melhora de nossos dias. Tudo que se produziu de novo, depois do Impressionismo, foi uma recusa constante ao encantamento, da perda da natureza como fonte inspiradora e quase sempre uma violação a ela. À partir de então, o culto àquilo que agride, que deprime, que causa melancolia, passa a ser a regra. Todas as manifestações artísticas sofreram graves consequências, os valores pictóricos são destruídos, não importa mais o cuidado na elaboração da imagem. A poesia perde a sistematização da estrutura e se expressa em frases soltas, desconexas, muitas vezes ditas nas entrelinhas e numa subjetividade que nada afirma. Também a música perde a melodia e a tonalidade, nos afastando cada vez mais dos caminhos que nos conduzem à paz de nossas almas. A Arquitetura se tornou quase estéril, preocupando demasiadamente em nos colocar num ambiente que apenas nos contém, mas que não nos abriga com tudo aquilo que somos. O século XX foi o palco onde aconteceu tudo isso. No afã de ridicularizar tudo que foi produzido pelos nossos antepassados, a Arte dita moderna começou a agredir diretamente alguns mestres do passado. Exemplo clássico é o da Mona Lisa executada por Marcel Duchamp, onde ela aparece com uma barbicha e bigode. Fazer piada com algo que sempre foi uma referência e símbolo, parece fortalecer adversários que não tem nada mais a oferecer além disso: ironia. Mas, tudo isso é muito engraçado apenas por um breve intervalo de tempo. Continuaremos apenas rindo de nossas desgraças, sem buscar uma saída para elas? Muito do que se produz na Arte Contemporânea foge do sentido de revitalização proposto pelo verdadeiro espírito da Arte. A Arte que não tenha um compromisso com a melhoria da nossa condição humana estará confinada a uma simples replicação do caos, e seus artistas são nada mais que desnecessários profetas do agouro. É muito fácil montar uma instalação com centenas de vestes ensanguentadas, nos dizendo que somos cúmplices das “chacinas” que matam o mundo, o difícil é mostrar algo que seja a solução para isso. Repetir a tragédia da nossa realidade humana não é tão complicado quanto apontar o caminho para sairmos dela. Queria que os artistas de hoje se preocupassem menos em chocar e muito mais em extasiar. Se um escultor de hoje produz uma bela imagem, com proporções bem elaboradas e bem acabada, não tem muito valor. Mas, se pegar a mesma escultura, serrar ao meio e pendurar de cabeça pra baixo, é um gênio. Que valores estamos conquistando com isso? Até que ponto destruir o nosso gênio inventivo será mais importante que edificá-lo? Precisamos de uma Arte para amaciar o coração da humanidade, porque de pedra já nos tornamos eficientes.

CHARLES OAK - Tribo Himba, detalhe

VINÍCIUS SILVA - Inverno na corredeira da Trindade, detalhe

MARCUS CLÁUDIO - Costureira, detalhe

Quando recebi o convite da Juliana Limeira, para estar compondo, juntamente com outros artistas, uma exposição que fosse um pouco do resgate da Arte que nos faz reencontrar valores perdidos, logo vi que não estava só. Ainda é possível acreditar em resgatar um pouco da nossa dignidade humana e contagiar outras pessoas com isso. A Nova Acrópole me fez confirmar ainda mais que estou no caminho certo. Somente com o aprofundamento do conhecimento daquilo que somos, baseados na herança cultural que nos deixaram os ricos ensinamentos orientais e ocidentais, podemos caminhar na direção de um mundo onde Justiça, Beleza e Bondade sejam imperativos e não uma utopia. Um lema da organização e que muito me marcou é que “se você acredita que esse mundo ideal é possível, não espere que ele apareça para você, faça parte dessa construção, seja arquiteto de seu próprio tempo”.

Não poderia terminar esse texto, sem citar Jorge Angel Livraga: “Limpemos o mundo começando por nós mesmos. A limpeza, a verdadeira higiene espiritual, é a melhor forma de Arte. E o ato de fazê-lo é o melhor artesanato. Deus abençoe o trabalho, Deus abençoe o esforço. Deus abençoe os humildes que talham a madeira e modelam o barro. Deus abençoe aqueles outros, os escolhidos dos deuses, que podem plasmar em letras, em música, em cores, aquelas cores tão bonitas que escapam ao resto dos homens. Artistas e artesãos vão unidos para um mundo melhor. Eles devem marcar, no meio da noite, a luz do horizonte que indica que começou amanhecer”.