sexta-feira, 29 de junho de 2012

JESSER VALZACCHI


JESSER VALZACCHI - Melodia solitária - Óleo sobre tela- 120 x 126 - 2012

JESSER VALZACCHI - Lembranças
Óleo sobre tela - 60 x 80 - 2009

Ter na família alguma referência para as artes é uma segurança que é privilégio para poucos. Ainda mais se a família já tem uma tradição que atravessa gerações e que impõe um respeito pelas propostas apresentadas pelos seus membros. É o que acontece com os Vazacchi, que há décadas vem apresentando seus artistas ao cenário artístico brasileiro. Com raízes fincadas na Itália, seguem uma tradição acadêmica e também algumas tendências impressionistas.

JESSER VALZACCHI - Cantinho da costura - Óleo sobre tela - 130 x 100

JESSER VALZACCHI - Triste realidade - Óleo sobre tela - 80 x 100 - 2011

Por assim dizer, Jesser Valzacchi é filho, sobrinho, neto e bisneto de artistas. Herança que segue honrando o nome da família. É um jovem rapaz nascido no ano de 1983 e que teve sua carreira impulsionada pelo tio Francisco Marcos Valzacchi, no ano de 1997. O ambiente é sem dúvida um formador nato e Jesser soube tirar bastante proveito disso, e já em 1998 intensifica seus estudos sobre pintura e encara a arte como sua profissão. Desde então, Edwil Valzacchi, seu avô, tornou-se sua principal e maior inspiração.

JESSER VALZACCHI - Cristo
Óleo sobre tela - 70 x 50

JESSER VALZACCHI - O trabalhador
Óleo sobre tela - 50 x 40

A formação acadêmica se deu pela prática da observação atenta que fazia constantemente aos membros da família, quando esses estavam em atividade. Além de seus antecessores familiares, Jesser admira os artista Bonner e G. Martins como referências do cenário atual. Podemos perceber em suas obras, as influências indiretas e diretas de muitos outros grandes nomes que foram se tornando referência. Suas obras tem um cromatismo eficiente e uma composição vigorosa, bem precoces para uma carreira tão curta. Há que se atentar pela acuidade no trabalho com as figuras e pelos tons terrosos, uma característica dos trabalhos realistas de final do século XIX, e que foi incorporada por uma grande safra de realistas contemporâneos, revisitada com novas técnicas e especiais efeitos.

JESSER VALZACCHI - Maracujás - Óleo sobre tela - 60 x 80

JESSER VALZACCHI - Estudo com livros - Óleo sobre tela - 70 x 120 - 2010

Jesser já soma a participação em diversos salões de artes, principalmente na cena do interior paulista. Obteve premiações em vários deles, vindo agregar preciosos degraus em seu currículo. Com formação em informática, que muito contribui para uma contemporaneidade em sua linguagem pictórica, também leciona pintura.


PARA SABER MAIS:

sábado, 23 de junho de 2012

QUARTO DE BAGUNÇA


Toda casa que se presa tem um quarto de bagunça. Um lugar onde a desordem dá a ordem. De uma certa forma, um quarto de bagunça é como alguma parte do interior da gente. Aquele cantinho onde, não se sabe por qual motivo, evita-se mexer.
Perdeu o uso, vai para o quartinho de bagunça. Dá muito trabalho resolver os problemas na hora que eles acontecem. Os quartos de bagunça deixam esse problemas de molho. Um dia, quem sabe, a coragem incorpora e decidimos resolver aqueles "galhos".
Quem não tem um quarto de bagunça tem, pelo menos, uma gaveta de bagunça em alguma cômoda ou estante. Recibos de contas, papéis que talvez nunca mais serão tocados adoram essa gavetas.
Meu pai, em especial, tinha uma atração fatal para guardar tudo que é "bugiganga". "Quem sabe, um dia...", "Isso pode ser útil!" Falava um "pode" que mais podia ser "nunca". Já o vi comprando algo que precisava, e que já possuía no quarto de bagunça. Peças que a própria mente prega, guardamos por guardar. Pra ficar livre naquela hora. Depois se esquece. Esquecemos de várias coisa quando queremos.
Outro dia, juntando as coisas que ficaram de minha tia, minha mãe falou: "Não tenho coragem de queimar nem jogar fora". Adivinha aonde foi parar? Isso mesmo, no quarto de bagunça. Fica lá, até o tempo se encarregar de destruir com suas traças e cupins. Quando isso acontecer, terá sido tempo suficiente para amenizar a dor da ausência da minha tia. Os quartos de bagunça também servem para isso, dar um tempo ao tempo. É como se fosse proibido a nós mesmos decidir se não queremos mais aqueles objetos lembrando a  presença de alguém que se foi. No quarto de bagunça, esses objetos não são destruídos, são apenas escondidos da nossa presença. Às vezes esbarramos  em alguns deles e toda uma vida vem à tona. Aquele pedacinho de retalho da blusa que alguém mais usava... Aquele vidro de perfume que aprisiona um resto de lembrança... Uns óculos que já não mostram o mundo a mais ninguém...
Quartos de bagunça são tudo. Respeito, saudade, apego, egoísmo, tristeza... Pedaços da vida amontoados fora de lugar.
(José Rosário)



quinta-feira, 21 de junho de 2012

SEMPRE UM PAPO


Fui convidado, pelo professor José Maria Honorato, a estar participando de um "papo" sobre arte, com diversas turmas da Escola Batista de Acesita, emTimóteo/MG.
Foi um encontro mais que oportuno, pois integrou as classes estudantis, e trouxe até elas uma visão mais prática de toda teoria que estão vivenciando sobre o tema "arte". Algumas turmas estão vendo sobre o Romantismo, outras sobre o Realismo e outras ainda sobre o Impressionismo, escolas que também envolveram a literatura, e não somente as artes plásticas.
Também uma ótima oportunidade para estar mais próximo da geração adolescente, e despertar em alguns destes jovens o gosto pela prática de alguma modalidade artística, quiçá encontrar entre eles um futuro artista da região. Além de poder despertar neles uma proximidade com a arte, que eles quase sempre desconhecem. Muitos veem a arte como algo distante, restrita aos livros e a internet.
Ilustrando a palestra, foram expostas duas obras minhas, uma de Wilson Vicente e outra de Vinícius Silva, cujas temáticas representaram muito bem as matérias curriculares abordadas no momento.
Parabéns ao professor José Maria pela bela iniciativa e também à Escola Batista por abrir mais um canal de comunicação na formação de seus educandos. Fico muito agradecido e envaidecido pelo convite.










domingo, 17 de junho de 2012

ACONTECEU NA SEMANA

TRANSGRESSÃO
Transgressão é uma série de trabalhos com diferentes
tipos de linguagens. Inspirado em movimentos
orgânicos, o artista Rafael Cabral utiliza processos
experimentais com diversos materiais. Assim, subverte,
de maneira intuitiva a forma, no sentido de causar sensações.
A exposição é composta por esculturas, pinturas,
projeções audiovisuais, design e instalações, sendo
que algumas obras são também interativas.
Uma performance também foi realizada no dia da
abertura.
Está acontecendo na Fundação Aperam Acesita, em
Timóteo/MG.
Começou no dia 15 de junho e estará exposta até o
dia 31 de julho de 2012.
Excelente oportunidade para ampliar os horizontes
visuais e transgredir alguns conceitos.









VISITA DE HELVÉCIO MORAIS
Recebi hoje, dia 17, a visita do
artista mineiro Helvécio Morais. Residente
em Belo Horizonte, há tempos já ensaiava
essa vinda pelos lados de Dionísio.
A intenção era exatamente conhecer as belezas
naturais do lugar, que, segundo ele, darão motivos
para muitos meses de trabalhos.
Seja bem vindo sempre, Helvécio!





VERSÕES PICTÓRICAS
Também começou no dia 15 deste mês a exposição
"Versões Pictóricas", no Plein Air Studio, na cidade de
São Paulo.
A mostra consta com obras dos artistas Gonzalo Cárcamo,
Marcus Cláudio, Juliana Limeira, Charles Oak e Alexandre
Reider.
As obras, todas figurativas, representam os atuais trabalhos
destes artistas naturalistas da cena paulista. Juliana estuda
com artistas americanos e adotou a linha do "Realismo
Forte", Cárcamo explora naturezas mortas, Oak beira
a pop art, Marcus Cláudio revê o passado e Reider decidiu
encarar os personagens da rua.
A exposição fica até o dia 20 de julho.



quarta-feira, 13 de junho de 2012

INTOXICAÇÃO POR MATERIAIS ARTÍSTICOS


ARTUR TIMÓTEO DA COSTA - Pintor em seu ateliê
Óleo sobre tela

Estar disponível para a Arte é um privilégio praticado por muitos ultimamente, em todas as partes do mundo. Muitos fazem disso sua profissão, sobrevivendo dela e movimentando um grande mercado. Outros encontram no fazer artístico apenas um passatempo, que ajuda na promoção humana e que por vezes se torna uma eficaz terapia. No entanto, fazer arte requer alguns cuidados na sua execução, tanto para aqueles que a praticam ocasionalmente, e principalmente por aqueles que a fazem em sua rotina diária. É que grande parte dos materiais utilizados para a confecção de qualquer obra de arte esconde grandes perigos, devido ao seu alto grau de toxicidade.
Uma grande parte dos pigmentos utilizados na fabricação das cores tem em sua composição elementos agressivos à saúde humana, como os metais pesados; além de diluentes ou solventes para se tornarem estáveis e manipuláveis. Dependendo da técnica, esses materiais podem ser manipulados sob controle e não proporcionam perigo. Mas, na busca por uma técnica mais apurada e por efeitos além dos tradicionais, tem-se utilizado exageradamente métodos que põe em risco a saúde de quem os manipula. Vê-se cada vez mais, o uso abusivo de veladuras e transparências conseguidas graças ao uso de resinas, vernizes e toda sorte de diluentes e solventes. São esses últimos, os maiores vilões nessa história.
A presente matéria traz um alerta, não no sentido de amedrontar e provocar pânico. Os materiais estão aí para serem utilizados e são os nossos maiores aliados para a produção daquilo que idealizamos e trazemos para a realidade. O que pretendo é sensibilizar que todas as coisas nos oferecem riscos. Como disse Saint Exupéry em “O Pequeno Príncipe”: Até uma rosa pode nos ferir, tudo depende da maneira como dela nos aproximamos. Assim também, qualquer material utilizado para fazer arte pode se tornar o nosso maior aliado ou nosso maior inimigo, tudo depende da maneira como os utilizamos.
Experiência está ligada a experimentar, observar na prática, sofrer ou praticar uma ação. Aprender pela experiência pode ser doloroso, mas é um aprendizado que muda nosso comportamento e nos faz caminhar com mais segurança. Em 2003, uma série de transtornos com garganta e sistema respiratório, levou-me a rever comportamentos referentes ao processo de execução de meu trabalho, a pintura a óleo. A recorrência dos problemas relacionados acima se dava pelo uso constante; que eu fazia até então; de terebintina e secante de cobalto, além de querosene ou thinner para limpeza de pincéis. Problemas de saúde que foram logo resolvidos, mediante a suspensão do uso de tais produtos e o afastamento do contato com a pintura por 4 meses. Até então, ignorava os efeitos danosos desses produtos sobre o organismo e nunca havia pensado na possibilidade de ser intoxicado por eles. Creio que esse seja o raciocínio errôneo de muitos artistas, mundo afora.

Solventes

A concepção de um ateliê todo em desordem, com uma série de tintas e produtos espalhados por todos os lados, e o artista tão sujo e desorganizado quanto ele, pode parecer meio romântica e aludir à sensação que o artista e sua arte estão completamente integrados. É uma cena bonita na ficção. Na prática, esse mau hábito pode trazer consequências sérias para a saúde do artista. As biografias de vários artistas nos relatam o mal que tais produtos já proporcionaram. Um dos exemplos mais famosos entre nós é o de Portinari, que faleceu cedo, em decorrência da exposição errônea e prolongada a tais produtos.
Em grande parte das vezes, tais transtornos a saúde são gerados principalmente pela condição do ambiente onde se trabalha. Um ateliê adequado para o trabalho e que reduza quase que completamente os riscos de intoxicação, deve ter uma boa ventilação e nenhuma concentração de odores. Ambientes fechados e que não permitam boa troca de ar são ideais para o surgimento e agravamento de várias doenças e transtornos a saúde. Vale ressaltar também que algumas pessoas são mais tolerantes que outras, mas isso não impede que estejam sendo intoxicadas. Os danos virão, é só uma questão de tempo.
As substâncias tóxicas utilizadas no processo de diversos trabalhos artísticos podem penetrar no corpo através de várias maneiras: por ingestão, por respiração/aspiração e também podem ser absorvidos pela pele. De acordo com a natureza de cada pessoa, os danos provocados por essas substâncias podem ser agudos ou crônicos, também podem ser sanados tão logo sejam remediados ao serem descobertos, ou se tornarem irreversíveis. A exposição pode causar danos ao cérebro e provocar doenças mentais, assim como outros males e moléstias físicas e levar até mesmo à morte. Segundo Ralph Mayer, no livro O Manual do Artista, as cores artísticas mais tóxicas podem causar doenças agudas ou crônicas (inclusive o câncer), provenientes de carcinógenos conhecidos ou desconhecidos.
Fique atento se, ao utilizar seu material de trabalho, começar a sentir alguns sinais frequentes, tais como irritação e vermelhidão dos olhos, ressecamento das fossas nasais, dores de cabeça sem motivo aparente, coceiras e micoses principalmente nas mãos, frequentes irritações do sistema respiratório (amígdalas, laringe e faringe) e em casos mais sérios, náusea e mal-estar. A intoxicação pode ocorrer de modo abrupto ou lento, sem você perceber. Todas as duas variantes trazem vários problemas.
Mediante tais alertas, não custa tomar algumas precauções para que o fazer artístico, uma atividade tão especial na vida de muitas pessoas, não torne um problema. Citarei algumas providências que são de minha própria experiência e que se mostraram muito úteis:
. Não pinte em locais fechados ou com pouca ventilação, em nenhuma circunstância. Mesmo os produtos menos tóxicos tem seu potencial de toxicidade aumentado nessas condições.
. Não use panos ou trapos para a limpeza de pincéis, quando estiver pintando. Eles retém cheiro e partículas de tintas, que acabarão sendo inalados ou entrarão em contato com sua pele. Use papel toalha ou guardanapos de papel e jogue-os fora sempre que sujarem o suficiente.
. Mantenha a lixeira fora do ateliê. Ela retém cheiro e continuará exalando os produtos voláteis que você havia descartado.
. Caso sinta alergia nas mãos, pelo contato com algum produto, use luvas descartáveis.
. Ao manusear diluentes e solventes com maior risco de toxicidade, utilize uma máscara e lave bem as mãos ao término de cada atividade.
. No uso de tinta à óleo, evite solventes ou diluentes. Se a tinta se apresentar mais densa, use pequenas gotas de óleo de linhaça para quebrar um pouco sua consistência. Tente se adaptar a uma pintura mais simplificada, com menos efeitos mirabolantes e que dispense o uso de vernizes e resinas, pois esses sempre necessitam de diluentes e solventes para serem aplicados.
. Também para a limpeza dos pincéis usados com óleo, utilize apenas detergente neutro em água corrente. Retire o excesso em pentes próprios para limpeza.
. Hidrate-se sempre que possível. O organismo precisa de líquidos para eliminar impurezas e manter o bom funcionamento dos rins.

Essas são apenas algumas sugestões. Como disse anteriormente, cada caso tem suas particularidades e conveniências. Observando melhor suas reações diante de alguns produtos e certas atividades, você se conhecerá melhor e saberá como se precaver de certos transtornos.

A Arte precisa de você para sobreviver. Colabore, para que ela nunca se acabe.


domingo, 10 de junho de 2012

YANG YU-TANG


YANG YU-TANG - Tarde de inverno
Nanquim sobre papel - 23,5 x 34

YANG YU-TANG - Florestas da montanha
Nanquim sobre papel - 45 x 45 - 2010

O negro de fumo coloidal (conhecido como pó de sapato) é um material corante preto, originário da China, usado na produção da tinta da China (mais conhecida como tinta nanquim). Relatos afirmam que sua primeira utilização se deu na cidade de Nanquim, daí a origem do nome mais difundido no ocidente. Desenvolvida há mais de 2000 anos pelos chineses, essa tinta é constituída de nanopartículas de carvão, suspensas em uma solução aquosa, estabilizadas por uma mistura de cola (geralmente goma arábica). A tinta nanquim é muito parecida com a tinta sumi, que os japoneses desenvolveram para a arte sumi, e tem em sua composição fuligem, colas especiais, água e especiarias. Aliás, era uma prática muito comum aos antigos povos japoneses, fazerem adaptações de técnicas e descobertas realizadas na China.


YANG YU-TANG - Declínio
Nanquim sobre papel - 17,6 x 25 - 1990

YANG YU-TANG - Estábulo
 Nanquim sobre papel - 25 x 37

Durante muitas décadas do último século, a tinta nanquim se tornou amplamente utilizada na confecção de desenhos técnicos sobre o papel vegetal. Essa prática já está quase totalmente abolida, graças às últimas tecnologias da impressão digital. Restou para a tinta nanquim, a utilização para desenhos artísticos, uma prática levada a sério no oriente e que os ocidentais começam a redescobrir. Muitos artistas a utilizam como estudo, e uma grande parte deles faz dela a técnica principal de suas carreiras. Um dos nomes atuais, que segue fiel a essa proposta, é o artista Yang Yu-tang.


YANG YU-TANG - Tentação da luz
Nanquim sobre papel - 42,86 x 73,66 - 2009

YANG YU-TANG - Último outono - Nanquim sobre papel - 43,8 x 36,8

Yang Yu-tang nasceu em Chung-Chuen, uma cidade da região nordeste da China, no ano de 1956. Por influência da família, o menino logo se despertou para as artes aos nove anos de idade. Em 1970, começa os estudos em uma escola respeitada de sua região, e passa esse período lendo sobre os artistas de referência e executando cópias deles. Em 1972, ingressa numa escola mais avançada, mas em 1975, devido à revolução chinesa, foi enviado para um campo de trabalho de agricultores. Cansado de ser reprovado nos exames de admissão para uma escola de arte superior, decide continuar seus estudos autodidatamente, reforçando suas pesquisas.


YANG YU-TANG - Música da manhã
Nanquim sobre papel - 37,5 x 50 - 2005

YANG YU-TANG - Cidade de neve
Nanquim sobre papel - 40 x 54 - 2008

A habilidade que tinha com o uso das canetas para tinta foi imprescindível até os anos 1990, quando decide ir para o Japão e ingressa, em 1992, numa escola superior para desenho. Fascinado com o perfeccionismo das técnicas japonesas, viu o seu trabalho ganhar um nível de execução extraordinário. Na prática do desenho realista com a tinta nanquim, fica notório que o artista busca uma realidade subjetiva, além daquela visualizada na natureza. O resultado é uma espécie de foto em preto e branco, executada com finas e cuidadosas linhas.


YANG YU-TANG - Memórias
Nanquim sobre papel - 28 x 40 - 2004

YANG YU-TANG - Montagnards
Nanquim sobre papel - 29 x 40 - 2002

Yu-tang consegue uma textura incrível nas combinações de suas minuciosas linhas e no uso coerente e eficaz do fundo branco do papel que utiliza como suporte. O resultado é uma combinação muito bem selecionada que dá origem a texturas de cascas de árvores, galhos, gravetos e efeitos ainda mais sutis, como a maciez da neve, folhagens detalhadas e o efeito coerente da temperatura ambiente. Um artista fiel às suas origens e às suas propostas.


YANG YU-TANG - Autorretrato
Nanquim sobre papel - 45 x 32

PARA SABER MAIS:

quinta-feira, 7 de junho de 2012

SUSANA RENDÓN


SUSANA RENDÓN - Pereza - Óleo sobre tela - 50 x 70

SUSANA RENDÓN - Pereza II - Óleo sobre tela - 60 x 80

A procura por uma linguagem que represente a  realidade do local onde se vive, leva muitos artistas a optarem por uma temática bem voltada às raízes. Em todos os lugares e em quase todas as épocas, diversos artistas fizeram isso e continuam fazendo. De uma certa forma, é isso que valoriza as culturas regionais e expõe as suas belezas naturais, bem como as ameaças sofridas por elas. É o que se tornou o carro-chefe da artista argentina Susana Rendón.


SUSANA RENDÓN - Antes da tempestade
Óleo sobre tela - 60 x 80

SUSANA RENDÓN - Hoje comeremos
Óleo sobre tela - 60 x 80

SUSANA RENDÓN - Passado, presente, futuro - Óleo sobre tela - 50 x 70

Mirtha Susana Rendón nasceu em Oberá Missiones, Argentina, e realizou seus estudos universitarios na cidade de Rosario, Santa Fe, na Faculdade de Humanidades e Artes. Sua obra tem um caráter praticamente missionário, onde explora principalmente a cultura mbya-guaraní, a flora e a fauna de sua região natal e personagens típicos de seu povo. Morando atualmente em Apóstoles, região de Missiones, já se tornou uma importante defensora da cultura local.


SUSANA RENDÓN - Arvoredos
Óleo sobre tela - 50 x 70

SUSANA RENDÓN - Riacho - Óleo sobre tela - 60 x 80

SUSANA RENDÓN - Ilha de pescadores
Óleo sobre tela - 60 x 80

A artista já tem uma destacada e extensa agenda de exposições individuais e coletivas, nacionais e internacionais, e estas já se somam em mais de 90, na atualidade. Também se tornou famosa por retratar figuras importantes da política nacional, como o ex-presidente Néstor kirchner e a atual presidente Cristina Fernández de Kirchner. Participa constantemente de programas televisivos em Buenos Aires e já levou seus trabalhos em encontros e exposições importantes como o Arteclássica; Art Road; Artistas do Outro Lado do Mar, em The Kowas Gallery, na Espanha e Kunst 10 Daggse, The Mosaic Project, em Bergen, na Holanda.


SUSANA RENDÓN - Tigre
Óleo sobre tela - 60 x 80

SUSANA RENDÓN - Liberdade
Óleo sobre tela - 50 x 70

Ao se afastar dos grandes centros urbanos e radicar em uma pequena cidade do interior, a artista se permite uma íntima relação com a natureza em seu estado quase puro, sem a intervenção humana. A sua paixão pela flora e fauna locais é sempre explorada em belas telas e carrega em si a sua rica cultura, chamando a atenção para os povos indígenas tão massacrados, que lutam por sobreviver em mundo cada dia mais devorado pelo progresso atual.


SUSANA RENDÓN - Los rostros...III
Óleo sobre tela - 30 x 30

SUSANA RENDÓN - Os rostos II - Óleo sobre tela - 30 x 30

                              
Acima, esquerda: Susana com Néstor Kirchner, em 2006
Acima, direita: Susana com Cristina Kirchner, em 2008


Os retratos também ocupam uma importante parcela de sua produção artística, não limitados apenas ao óleo sobre tela, mas também ao uso corrente da sanguínea. Seus rostos, personagens da vida cotidiana, são captados em um instante fugaz de suas rotinas diárias, envoltos em toda sua humanidade, sempre retratados nas suas realidades mais íntimas. Esta temática comprometida com sua realidade social, despertou o interesse de diversos meios de comunicação, como a Revista Digital Guatá, que publicou uma exposição virtual, intitulada Sobreviventes I. Também integrou parte de Exposições Virtuais organizadas pela TV Pública, canal 7 na Argentina, que mostraram diversas obras de seu repertorio artístico. Atualmente, diversas obras suas estão ilustrando livros e revistas do Editorial Verbo Divino de Cochabamba, na Bolívia, e que são publicados no México, Colômbia, Bolívia, Chile, Argentina, Brasil, Paraguai e Espanha.