domingo, 23 de dezembro de 2012

E A ESPERANÇA SE RENOVA...


FIZ ESSE DESENHO AOS 4 ANOS DE IDADE. ACHO QUE HOJE NÃO CONSEGUIRIA TRANSMITIR A MENSAGEM COM SIMPLICIDADE TÃO SINCERA.
QUE EM 2013 TENHAMOS PRINCIPALMENTE ISSO, O RESGATE DAS COISAS MAIS SIMPLES QUE SOMOS E TEMOS, ESSENCIAIS PARA O BEM VIVER.

OBRIGADO PELA COMPANHIA DE VOCÊS POR TODO ESSE ANO. FICAM AQUI OS MEUS SINCEROS VOTOS DE MUITA SAÚDE E PAZ PARA OS PRÓXIMOS 365 DIAS.

UM GRANDE ABRAÇO A TODOS!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A ÁGUA NA COMPOSIÇÃO DE PAISAGENS


PEDER MORK MONSTED - Um lago tranquilo na floresta
Óleo sobre tela - 82,5 x 117,4 - 1904

De todos os motivos dentro da temática de paisagens, a água parece ser aquele que desperta maior admiração e fascínio entre os artistas. Plácida, serena, tempestuosa, corrente, revolta... Em qualquer situação, há nela uma infinidade de condições que desafiam e estimulam qualquer artista, desde os iniciantes até aos mais experientes. Muitos impressionistas famosos tinham verdadeiro trauma na representação de água em suas composições e acabaram esquematizando suas composições, concentrando-se muito mais nos seus efeitos do que numa representação realista.

PEDER MORK MONSTED - Outono em Birchwood
Óleo sobre tela - 114 x 70,5 - 1903

Estarei utilizando, para ilustrar essa matéria, imagens de um dos mais conceituados paisagistas, na minha opinião. Peder Mork Monsted foi um dos representantes tardios do Período de Ouro da Pintura Dinamarquesa de Paisagens. Era um artista virtuoso, que soube como ninguém captar as sutis e cambiantes situações de uma paisagem. A água está presente em muitas de suas composições e é uma espécie de cartão de visitas de sua obra.

PEDER MORK MONSTED - Na floresta
Óleo sobre tela - 74 x 123 - 1896

Uma das dúvidas mais frequentes, principalmente aos iniciantes da pintura de paisagens é com relação à cor da água. Uma das regras básicas para reproduzir com maior naturalidade a sua coloração, é não se esquecer que água não tem cor, pelo menos em seu estado mais natural possível. A cor da água, a se representar em uma composição, depende daquilo que está próximo a ela. Nenhuma situação oferece maior possibilidade de luzes refletidas e colorações variadas, do que a água.

PEDER MORK MONSTED - Um recanto tranquilo no bosque
Óleo sobre tela

Águas tranquilas produzem reflexos diretos, sem muitas sinuosidades. Parecem imagens espelhadas e por isso mesmo, oferecem menos dificuldades para sua execução. Há que se ter muito cuidado para introduzir todos os princípios da perspectiva tradicional na execução da pintura de água. Todas as regras e conceitos da perspectiva também são aplicados em sua execução, como cores mais fortes e contrastantes no primeiro plano e mais suaves assim que a distância aumenta.

PEDER MORK MONSTED - Paisagem
Óleo sobre tela - 60 x 80


As águas agitadas são mais complexas para sua execução. Os reflexos já não são tão diretos quanto nas águas calmas e por isso tornam-se interrompidos e por vezes chegam a parecer mais compridos, dependendo da oscilação que possa ocorrer na superfície da mesma. Também seguindo os princípios da perspectiva, os reflexos serão maiores e mais espaçados próximos ao observador, e menores e mais unidos, assim que a distância aumenta. Uma regra geral é que, próximos aos objetos refletidos, os reflexos tornam-se bem mais densos. Nas águas agitadas, as ondulações acabam produzindo um contraste bem interessante entre as depressões mais escuras e os picos luminosos mais superficiais. Isso, próximo ao observador. À medida que vão se distanciando, esses picos luminosos tendem a se tornar uma massa homogênea e brilhante.

PEDER MORK MONSTED - Um fluxo na floresta
Óleo sobre tela - 140 x 102 - 1895


Dependendo da incidência do sol, os reflexos na água podem se tornar mais claros ou mais escuros. Se o objeto está na sombra e a água é atingida pelos raios solares, o reflexo será mais claro que o objeto. Se, ao contrário, o objeto é iluminado e a água está nas sombras, então o reflexo será mais escuro. Geralmente, as cores dos reflexos são sempre mais escuros do que as cores dos objetos refletidos. Com exceção de objetos negros, que costumam ter os reflexos ligeiramente mais claros, devido à transparência da água.

PEDER MORK MONSTED - Dia de primavera em uma casa de palha com lilases florescendo
Óleo sobre tela - 1925

Um erro muito comum, ao se reproduzir água, é fazer os objetos refletidos usando apenas sua imagem contrária, em ponta-cabeça. A água funciona como um espelho, portanto o que está refletido nela depende principalmente do ângulo do observador. Se você estiver observando uma pessoa com uma sombrinha, por exemplo, não verá a parte externa da sombrinha no reflexo, como vê no objeto, verá a estrutura que forma a sombrinha, com suas armações e suas cores de sombras características. A gravura acima ilustra isso muito bem. Da vasilha que está à beira d'água, no canto direito, conseguimos ver o seu interior na imagem superior e no reflexo não conseguimos ver a mesma situação.

PEDER MORK MONSTED - Reflexos
Óleo sobre tela

Objetos que não estejam inclinados tendem a ter os seus reflexos do mesmo tamanho. Se inclinam para frente, os reflexos serão maiores, e se inclinam para trás, serão mais curtos. Quanto maior a inclinação, maior será a diferença do comprimento a ser representada em uma composição.

PEDER MORK MONSTED - Paisagem costeira, Bornhol
 Óleo sobre tela - 64,5 x 47,5 - 1917


Contra os reflexos dos objetos, o fundo da água tende a mostrar tudo que está contido nela, como pedras, gravetos e folhas. Contra o reflexo direto do céu, o que aparece, com mais frequência, é apenas a superfície da água.

PEDER MORK MONSTED - Beira de um lago
Óleo sobre tela

PEDER MORK MONSTED - Por de sol sobre a floresta
Óleo sobre tela - 68,7 x 113,6 - 1895

Lembre-se que não há uma regra geral para representação de águas. Observar a natureza é o método mais confiável possível. Não há melhor mestre que ela. O mais sensato é praticar a pintura ao vivo, para ver como se comportam todas as situações possíveis.

PEDER MORK MONSTED - Um rio tranquilo
 Óleo sobre tela - 61 x 91,5



sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

VINCENZO IROLLI


VINCENZO IROLLI - Num terraço - Óleo sobre tela

VINCENZO IROLLI - Chegando da pesca - Óleo sobre tela

VINCENZO IROLLI - Coroinha
Óleo sobre painel

A arte de Vincenzo Irolli encanta principalmente pela sua grande habilidade em trabalhar tons tão exageradamente luminosos, mas que nos aprisionam logo na primeira olhada. Todas as matizes de azuis ultramar e amarelos de cromo, que em outras paletas pareceriam berrantes, são perfeitamente ajustados em sua composição. Há uma decisão acertada, habilmente manipulada por esse artista que pintava com a mão esquerda.

                                                         
Esquerda: VINCENZO IROLLI - Apaixonada - Óleo sobre tela
Direita: VINCENZO IROLLI - Menina - Óleo sobre tela

VINCENZO IROLLI - Pela porta aberta - Óleo sobre tela

Nasceu em Nápoles, em 1860, e foi um dos grandes representantes de uma arte em unificação, conseqüência das crises que se instalaram em finais do século XIX e início do XX, não somente na Itália, mas por diversas regiões da Europa. Podemos dizer que o Realismo singelo e singular de Irolli celebre ainda um pouco de um Romantismo tardio que já não teria mais representantes futuros.

VINCENZO IROLLI - Lida - Óleo sobre tela

                                 
Esquerda: VINCENZO IROLLI - Celebração nas ruas - Óleo sobre cartão
Direita: VINCENZO IROLLI - Posando - Óleo sobre tela

Em 1877, ao se matricular no Instituto de Belas Artes de Nápoles, teve como principal mestre Gioacchino Toma. Já era bem visto com os trabalhos apresentados na Nápoles Società Promotrice do Circolo Artístico e, em 1890, ao se tornar membro do Circolo Artístico Napolitano, começa a trabalhar com diversos artistas locais, em especial Giovanni Migliaro. Reuniam principalmente no Gambrinus Café.

VINCENZO IROLLI - Frutos da pesca - Óleo sobre tela

VINCENZO IROLLI - Garoto com uma cabra
Óleo sobre tela

VINCENZO IROLLI - Depenando a galinha - Óleo sobre tela

Apesar de discreto nas atividades diárias, participou com uma certa regularidade dos principais eventos nacionais. A boa reputação que obteve com as apresentações em diversos espaços da Itália, levou-o a diversas mostras no Salão de Paris, Londres, Munique e Barcelona. Fez muito sucesso em todos eles, obtendo inclusive uma medalha de bronze nesse ultimo.

                           
Esuqreda: VINCENZO IROLLI - Retrato de jovem - Óleo sobre tela
Direita: VINCENZO IROLLI - Estudo de homem - Pastel

VINCENZO IROLLI - Cansaço - Óleo sobre tela

Outros mestres também foram uma referência importante na carreira de Irolli. Michetti, que sempre o incentivou na execução de uma pintura fragmentada, com suaves toques de cores, desconexos aparentemente, mas unidos por uma mistura ótica, teria adeptos mais fervorosos no Impressionismo. Domenico Morelli era o grande mestre referencial do cenário Napolitano naquele momento. Artista bem sucedido, que era apreciado em toda a Itália e que inspirava invariavelmente jovens iniciantes. Morelli fazia jus a sua fama, com ele a arte italiana estritamente acadêmica consegue fazer uma articulação com algo mais complexo e elaborado, ganhando ares de liberdade até então não conhecidos e abrindo caminhos para futuras linguagens pictóricas.

VINCENZO IROLLI - Menino próximo ao muro
Óleo sobre tela

VINCENZO IROLLI - Hora do banho - Óleo sobre madeira

VINCENZO IROLLI - No jardim
Óleo sobre tela

A pintura de Irolli é farta de tudo aquilo que parece trivial: rostos de pessoas comuns, pontos de vista sintéticos e trechos napolitanos bem singulares. Em termos de cor e composição sua pintura é fácil de compreender. Essa comunhão de identidades é que tornou sua arte tão popular.

VINCENZO IROLLI - Uma bela jovem - Óleo sobre tela

VINCENZO IROLLI - Amor de mãe - Óleo sobre tela

VINCENZO IROLLI - Despedindo para a escola
Óleo sobre tela

Ele é um dos mais sinceros intérpretes de seu tempo. É ao mesmo tempo a alma e o porta-estandarte ao avesso de uma revolução inevitável no cenário artístico que se espalhava por todo o solo europeu. As mesmas características que dominam quase toda sua produção já não são comungadas em diversos outros representantes de seu tempo, e poucos deles conseguem tão sincero frescor e desenvoltura. Mas era acima de tudo, um pintor realista, às vezes criticado por pessoas que esperavam que ele se adaptasse e participasse de algum movimento modernista mais intenso, tão em voga naqueles tempos. Irolli, porém, estava convicto de suas metas. Hoje é visto como um inovador de seu tempo, mesmo que não houvesse muita intenção nisso.

VINCENZO IROLLI - Mercado em Veneza - Óleo sobre tela

VINCENZO IROLLI - Moças na cozinha - Óleo sobre tela

VINCENZO IROLLI - Esposa do artista sentada no terraço - Óleo sobre tela

Ele teve uma produção extremamente abundante, pois era um trabalhador incansável. Além de figuras maternas, retratos de crianças e cenas coloridas da vida cotidiana, realizou algumas encomendas com assuntos religiosos, como 10 trabalhos apresentados na Mostra de Arte Sacra, em Nápoles, no ano de 1936. Como um artista que não via limites para produzir, só viu a interrupção de suas obras com a sua morte, em 1949. Hoje é um dos artistas mais solicitados nas casas de leilões em diversas partes do mundo.

VINCENZO IROLLI - Hora do chá - Óleo sobre tela

VINCENZO IROLLI - Da janela - Óleo sobre tela

VINCENZO IROLLI - Meninas com galinhas no quintal - Óleo sobre tela


domingo, 9 de dezembro de 2012

POR DENTRO DE UMA OBRA: Rod Chase


ROD CHASE - Brumas da manhã - Acrílica sobre tela - 91,44 x 60,96

Há quem torça o nariz pelo realismo excessivo praticado por muitos artistas atuais. Controvérsias à parte, muitos artistas hiperrealistas da atualidade demonstram um virtuosismo impecável e uma habilidade sobre a qual não dá para ficar indiferente. Rod Chase é um dos mais virtuosos representantes desse time, e há tempos vem exibindo um trabalho que tem conquistado muitos adeptos e provocado muitas críticas por aqueles que não admiram essa linha de produção.

O fotorrealismo tem uma grande legião de colecionadores. Admiração que leva Rod Chase cada vez mais a se concentrar e aprofundar nas pesquisas para a realização de cada obra. Além de uma busca minuciosa por representar aquilo que faz da maneira mais original, utiliza todos os recursos possíveis que a tecnologia pode oferecer para concluir seu trabalho com a maior competência. O resultado, são obras que provocam um verdadeiro nó no sentido de qualquer artista.
Os detalhes da obra acima, mostrados abaixo, confirmam tudo que foi dito sobre ele: